Dia do Orgulho: o que fazer quando o ambiente de trabalho não respeita quem você é

Dia do Orgulho: o que fazer quando o ambiente de trabalho não respeita quem você é

Dia do Orgulho: o que fazer quando o ambiente de trabalho não respeita quem você é

Dia do Orgulho: o que fazer quando o ambiente de trabalho não respeita quem você é
Durante o mês de junho, é comum ver empresas fazendo posts em relação ao orgulho LGBTQIAPN+ e atualizando seus logos com o colorido da bandeira do orgulho. Mas e depois que esse mês acaba? Para muitos funcionários, os onze meses seguintes não são cheios de cor e aceitação, são para muitos na verdade, marcados por medo, invisibilidade e a constante pressão para esconder quem são. 

Segundo uma pesquisa da Deloitte (2024), só um terço das pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil se sente confortável para falar com todos os colegas sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero. E isso vai além do desconforto: 54% afirmam não se sentir seguras, e 74% sentem falta de ações inclusivas nas empresas, segundo a consultoria Mais Diversidade.

Na prática, isso significa viver cercado por exclusões, microagressões, olhares de julgamento, silêncios e frases como: “seja mais discreto”.

Para as pessoas trans, os dados são ainda mais alarmantes. De acordo com levantamentos recentes, 86% já sofreram discriminação no trabalho e apenas 0,9% têm emprego formal. Isso não é sobre competência ou currículo. É sobre acesso negado.

Outros números mostram o tamanho do problema:

  • 40% das pessoas LGBTQIAPN+ se sentem rejeitadas;
  • 1 a cada 3 não acredita que pode crescer na carreira em comparação com seus colegas héteros;
  • 25% já sofreram assédio, abuso ou exclusão no ambiente de trabalho.

Mesmo com dados tão altos, o silêncio institucional costuma ser ainda maior. Mas é importante saber: existe amparo legal para quando o respeito não chega.

E quando o limite chega, o que fazer?

A Justiça do Trabalho reconhece a homofobia como uma violação grave dos direitos do trabalhador. Por isso, se o ambiente se torna tóxico, com exclusões, piadas, constrangimentos ou discriminações por identidade ou orientação, é possível pedir a rescisão indireta. Ou seja, sair da empresa e ainda assim receber tudo o que teria direito como em uma demissão:

  • Saldo de salário;
  • Férias + ⅓;
  • 13º proporcional;
  • FGTS;
  • Seguro desemprego.

Um exemplo de caso de homofobia que garantiu a rescisão indireta aconteceu em Tangará da Serra no Mato Grosso, onde uma cozinheira foi discriminada por sua orientação sexual pelos colegas de trabalho. A vítima era alvo constante de comentários homofóbicos, que não cessaram mesmo que ela pedisse, e também não sofreram intervenção por parte dos superiores. A profissional foi indenizada em R$ 20 mil pela gravidade das ofensas

Está passando por isso?

Se você está enfrentando um ambiente profissional hostil ou discriminatório, procure ajuda. Guarde provas (como mensagens, e-mails, gravações), registre denúncias no RH e, se não resolver, busque orientação jurídica.

A homofobia já é considerada crime pelo STF. E mais do que isso: respeito à identidade e direitos trabalhistas são garantias constitucionais, não favores.

Lembre-se:

O orgulho não é só uma bandeira no logo da empresa. É poder ser quem você é, todos os dias, sem medo.

Feltrim Corrêa Advogados Trabalhistas — Especialistas em Direito Trabalhista

Advogado trabalhista gratuito online 

Deixe um comentário

At vero eos et accusamus et iusto odio digni goikussimos ducimus qui to bonfo blanditiis praese. Ntium voluum deleniti atque.

Melbourne, Australia
(Sat - Thursday)
(10am - 05 pm)